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31 August 2013 Written by  Mariana Almeida

A Filha do Regedor

Chegamos ao final de mais uma etapa e encontramo-nos desta vez na comuna italiana (equivalente ao concelho em Portugal) de Bellano, nas margens do Lago di Como (Lago de Como). O livro começa agitado, foi esta a primeira impressão. O ritmo é incutido por capítulos muito pequenos, por vezes com apenas meia página e que vão saltando de personagem em personagem. A sensação que tive foi a equivalente a ver o filme. De facto Andrea Vitali consegue projectar toda a história na nossa mente como se de um filme se tratasse. Tudo começa com um pedido peculiar feito por Renata, filha do regedor de Bellano, Agostino Meccia. A filha, tendo herdado o espírito irrequieto do avó, contraditório à personalidade do pai, está envolvida com o filho do padeiro, Vittorio Barbieri, o que causa inquietude na casa. O pai lida (ou tenta) com uma situação que, por si só, já poderia ser complicada, ou não se tratasse ela da filha do mais alto cargo da localidade, mas que ainda se complica mais com pormenores que não apontarei por achar que arruinariam a leitura a qualquer seguidor. Há ainda a problemática da construção de uma linha de hidroaviões que irá atravessar o lago, ligando Como, Bellano e Lugano. Vamos sendo guiados pelos meandros da pequena cidade, mas também de outras que se encontram nas margens do Lago de Como, mas também pela vida das personagens, que sendo secundárias, acabam por tomar papel primário em cada capítulo. Uma forte crítica ao abuso de poder e autoridade, uma visão sobre os anos 30 na Itália, que nos leva a passear pelos estigmas de uma sociedade iludida com a grandeza e com a ganância. Somos levados a reflectir sobre o que estaríamos dispostos a fazer por amor mas também para salvarmos a nossa pele. Aconselho o livro a qualquer pessoa, senti que era uma leitura que poderia despertar gosto até ao leitor menos assíduo.

Passemos os olhos nas caches, então. Em Bellano encontramos poucas caches, a Orrido di Bellano, numa série de cascatas do Rio Pioverna, é a mais aproximada do centro da cidade onde ocorre a maior parte da acção. Infelizmente não há caches na zona costeira, na Vialle Tommaso Grossi (Avenida Tommaso Grossi) ou no Porto, zona onde se encontra a Câmara e a casa do Regedor. Parte desta saga também se passa na Casa del Fascio (agora conhecida como Casa del Popolo), edifício construído sob ideologia fascista e que, para meu desgosto, não possui nenhuma cache! Assim, e visto que um dos temas centrais da história é a hidrovia que ligaria Como, Bellano e Lugano, ficamos com a cache Como night and day “Ferragosto”, próxima do hidroporto mas sem grande apreciação por parte dos visitantes, com apenas 2% de favoritos. E porque nem só de caixinhas vivem os geocachers, destaco uma Earthcache em Lugano, a Lugano along Glacial Causeway, mas não podia deixar de destacar esta cache, a SWISS-MONOPOLY #08: Lugano – Via Nassa, com cerca de 35% de Favoritos, que parece ser um enigma muito apreciado. Não podia deixar de destacar mais duas cidades, Menaggio e Bellagio. Não fazendo parte da história principal cumpriram o seu papel. Na primeira não encontramos quase caches, destacando-se portanto a Menaggio – Under the Bridge. Na segunda encontramos algumas caches mas decidi destacar a I love Bellagio, pelos seus 19% de Favoritos e pela proximidade do Porto. 

Assim termina mais uma etapa da nossa viagem. Confesso que adorei a história e sim, para os fãs gastronómicos também não faltam menções à deliciosa e famosa comida italiana. O livro leva assim classificação de 4 estrelas, porque espero sinceramente, vir a relê-lo um dia.

Próxima paragem: Angola, com o livro “Jaime Bunda e a morte do americano” de Pepetela.



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