Tendo a celebração do Found #1000 sido feita num parque ambiental (Paúl da Tornada), o #2000 na Serra da Arrábida (Half a Mountain), o #3000 nuns palmos debaixo de terra (Grutas da Salustreira) e a #4000 num local perdido (Convento do Monfurado), havia a vontade de assinalar esta Milestone com uma cache diferente das outras quatro grandes celebrações anteriores.
Chegar até à decisão de celebrar na Torre do Bugio ambas as Milestones, foi um processo tortuoso de eliminar as inúmeras possibilidades, que tal como esta nos deixariam extremamente realizados pela conquista.
Decidido que estava o local da efeméride, faltava apenas colocar a logística em marcha para conseguir encontrar a cache, e a opção de contactar o skipper Bruno Martinho (917537788 para os interessados
), também ele Geocacher, não se poderia ter revelado mais feliz. De um dia para o outro tínhamos assegurado o transporte para 5 pessoas desde a marina de Oeiras até ao Farol do Bugio. Um número perfeito que permitia levar para além do João e da Maja (Team Hulkman), o Prodrive Jr e também o meu irmão Ricardo, que no fundo foi o iniciador de toda esta loucura que tem sido para nós o Geocaching.
Chegara então o momento de meter o semi-rígido dentro de água e dar início à aventura. A ameaça de grande ondulação prometia uma viagem bastante molhada, mas assim que fizémos a primeira milha, rapidamente percebemos que o mar estava flat e que o risco de nos molharmos à séria seria bastante baixo.
A luminosidade do entardecer, com o sol perto da linha do horizonte dava a este passeio uma tonalidade magnífica, propício para algumas belas fotos apesar da trepidação provocada pelo embate do zebro nas ondas a uma velocidade de cerca de 40 kms/h. Ainda assim, o resultado fotográfico foi bastante satisfatório.

Rapidamente estavamos a desembarcar no pequeno cais do Bugio. Uma manobra que provoca alguma adrenalina devido ao improviso com que foi feito. Ainda assim ninguém caíu ao rio, e a água que nos molhou era apenas resultado do embate das ondas contra o cais, muito mais meiguinhas que as marés vivas de Inverno que proporcionam grandes imagens ao esmagarem-se contra a fortaleza do farol parecendo fazê-la desfazer-se em milhentos bocados.
A partir de aqui estávamos por nossa conta e risco. Apesar do skipper conhecer bem o esconderijo da cache, deixou-nos sozinhos à mercê da seta do GPS. Enquanto uns a seguiram, outros não quiseram desperdiçar esta oportunidade, quiça única, para poder explorar cada recanto desta ilhota que é bem maior que aquilo que parece quando vista a partir da costa.
Passados alguns minutos já estávamos todos concentrados no Ground Zero para a grande celebração. A busca não era muito insistente. Estavamos mais empenhados em registar fotograficamente o momento e em explorar cada recanto que propriamente em procurar a cache, mas já que lá tínhamos ido, não poderíamos regressar sem assinar o log-book. Mais um pouco de empenhamento e o container estava nas nossas mãos.
A magia do Bugio está em nos sentirmos isolados quais prisioneiros de Alcatraz, naquele local remoto onde o Tejo abraça o Oceano Atlântico, e poder apreciar toda a tranquilidade envolvente, sobretudo aqueles cinco, sete minutos de lusco fusco em que o sol se esconde no horizonte. Sabia bem estar ali bastante mais tempo eventualmente a olhar as estrelas ao som das ondas a embater nas rochas, mas era tempo de regressar.
Embarcar no pequeno zebro foi outra aventura, mas com a perícia e alguns números acrobáticos do nosso skipper, foi possível fazê-lo sem a necessidade de gritar "Homem ao mar".
Como bónus ainda tivémos um pequeno passeio até à Praia de Carcavelos e uma perspectiva diferente do Forte de S. Julião da Barra, já com a marginal toda iluminada ao melhor estilo da Côte d'Azur. Que bela que é a linha costeira ao longo do Tejo, vista à noite, do rio.
Mais umas milhas nocturnas de passeio pelo Tejo e era hora de voltar à marina de Oeiras onde terminaria esta pequena aventura que assinalaria a nossa Milestone das 5000 caches encontradas.
Que as próximas sejam tão memoráveis como estas! TFTC. TNLN.
Team Prodrive






