Ilha das Berlengas
Há mais de um ano que este passeio à Berlenga andava a ser adiado. Praticamente todos os fins de semana de Verão andavam a ser equacionados para cá vir, mas outros compromissos iam protelando a coisa. Com a época das carreiras regulares a chegar ao fim, temíamos ter que adiar a visita mais um ano, mas hoje lá se conseguiu arranjar a oportunidade para cá vir.
Como só no dia anterior tomámos a decisão do passeio, já não conseguimos lugar no Cabo Avelar Pessoa, pelo que tivémos que procurar uma alternativa de transporte desde Peniche. A escolha recaíu na Turpesca/Pássaro de Sol (para os interessados 262 789 960 / 963 073 818) onde conseguimos lugar num iate de luxo (ver foto) com capacidade para 12 passegeiros apenas, ao preço de 9€ por pessoa (ida e volta). Uma pechincha atendendo à qualidade do serviço.
O mar estava chão, pelo que a viagem de apenas 25 minutos de duração, não deu sequer para pensar em enjoar. Passado o Cabo Carvoeiro sentiu-se alguma ondulação, ainda assim, nada comparado com os relatos que o João (Team Hulkman) ia fazendo de viagens anteriores.
Rapidamente ficámos com a Berlenga e os Farilhões no horizonte, e em menos de nada já estávamos a pisar terra firme. Tinha alguma expectativa em relação à ilha. Não me lembrava de alguma vez cá ter estado, e estava expectante se alguma imagem de infância alojada no subconsciente pudesse aqui fazer um clic, mas de facto penso mesmo que foi a primeira vez que pisei a Berlenga.
Esta cache foi o primeiro objectivo da ilha. Sempre dentro dos trilhos seguimos em direcção à Ilha Velha. Aqui a paisagem é um pouco estéril. Não há grandes vestígios de vegetação, e apenas as gaivotas dão sinal de vida. O cheiro característico a caca de gaivota que nos acompanhou praticamente durante toda a expedição começou aqui a fazer-se sentir.
No ground zero, a cache apareceu assim que o GPS fez plim. O facto de ser a cache mais antiga da ilha, o seu achamento revestiu-se de especial encanto. Um enorme prazer.
Farol das Berlengas
Depois de termos encontrado a cache pioneira da ilha percorremos grande parte dos trilhos da Ilha Velha e seguimos para o farol.
É pena que muitas das partes mais radicais da ilha não estejam acessíveis à exploração e à descoberta, pois seriam magníficos spots para caches, mas a conservação da Natureza fala mais alto, e é bom que assim continue.
Saír do trilho para procurar esta cache não nos deixou muito confortáveis, dado que há tabuletas por todo o lado a proíbir de o fazer. Optámos por aceder-lhe junto à vedação tentando minimizar o impacto e a transgressão. Felizmente a cache apareceu rapidamente e pudémos regressar ao trilho de imediato.
O farol é um dos ex-líbris da ilha e avista-se deste Peniche e mais além.
Avelar Pessoa
prodrive found [Traditional Cache] Avelar Pessoa [Ilha da Berlenga]
10H54M
#4878
Depois de termos visitado a Ilha Velha e o Farol, seguíamos agora para a outra extremidade da ilha, a Ponta de França.
Este spot é de paragem obrigatória, pois é daqui que se tem uma das melhores perspectivas para a Catedral, a imensa gruta escavada na escarpa que actualmente alberga um ninho dum falcão.
Horas mais tarde voltaríamos a ter nova perspectiva do spot, mas a partir do nível do mar, durante um passeio de barco que nos fez uma visita guiada pelas várias grutas da Berlenga.
Quanto à cache, encontra-se de óptima saúde e recomenda-se. Nesta altura não há nenhum ninho de gaivota nas imediações, pelo que a sua busca foi pacífica.
O tributo ao Cabo Avelar Pessoa (tanto o barco como o militar) está excelente, mas como já tinha a lotação esgotada, optámos por ír de iate.
Ponta de França
Depois de termos visitado a Ilha Velha e o Farol, seguimos para a outra extremidade da ilha, a Ponta de França.
Conscientes de que a cache se encontrava fora de trilhos e numa situação irregular, contactámos o owner e proposémo-nos recolher o container do local evitando que este se tornasse lixo e a sua degradação viesse a ter impactos negativos maiores que a nossa pegada na sua procura. A concordância foi total.
Confesso que não foi nada fácil encontrá-lo e foi perto da desistência que numa última tentativa lá se revelou, conforme prova fotográfica. Andámos a complicar um pouco, mas no final a persistência compensou, nem tanto pelo Found mas por termos conseguido resgatar o plástico.
Em conversa posterior com pescadores ficámos a saber que a Ponta de França lá em baixo é a única zona autorizada de Pesca em toda a ilha, e o seu acesso por mar está fora da zona de Reserva Integral. Eventualmente essa seria uma opção para esconder outra cache, com outra configuração.
Quando ao log-book desta, deu um jeitaço para substituír o log-book desta que estava totalmente encharcado.
Forte de S. João Baptista
Depois de termos visitado a Ilha Velha, o Farol e a Ponta de França, era agora tempo de descer até ao Forte de S. João, o ex-líbris da ilha.
A perspectiva do forte é magnífica e a sua imponência vai aumentando à medida que nos aproximamos do GZ. A busca da cache apesar de fácil foi um pouco demorada. Uma procissão de muggles não permitiram o ataque directo ao container, mas quando surgiu uma janela de oportunidade entre a improvisação de sessão de fotos, foi tiro e queda.
Tivémos oportunidade de visitar o forte que serviu de quartel general para as nossas actividades até ao final da manhã. Não fazia ideia que agora tinha sido convertido num hotel/residencial/albergue/whatever e pareceu-me uma boa solução para quem queira pernoitar na ilha.
Horas mais tarde tivémos oportunidade de apreciar o forte duma perspectiva do nível do mar e as imagens são magníficas.
Foi indiscutivelmente um dos pontos altos da nossa visita à ilha.
Não te Molhes
Depois de termos visitado a Ilha Velha, o Farol, a Ponta de França e o Forte de S. João, chegara agora o ponto alto da nossa expedição à Berlenga.
Desde que a cache foi publicada que o desejo de visitar a ilha aumentou exponencialmente. O João já tinha andado lá há uns anos a praticar snorkling e frequentemente fala dessa experiência.
A primeira abordagem foi sentir a temperatura da água. Não estava propriamente agradável, mas para quem tinha expectativa de a encontrar gelada, foi um enorme prazer descobrir que esse não seria um impedimento para levarmos avante a nossa missão.
Com base na leitura do GPS em terra, (estávamos a 25 metros da cache) e do listing da cache que fala em 3 metros de profundidade, saltamos para dentro de água e começámos a varrer toda a área que se enquadrasse nestas permissas.
Não tivémos muita sorte. Varremos as boias todas e os pontos de amarração que estivessem a essa profundidade mas não encontrámos nada. Durante uns 15 minutos andámos por ali a mergulhar sem sucesso e mesmo com o reforço do Jr não estávamos a ser bem sucedidos. Por ali continuámos um pouco mais a recrear-nos e a explorar o fundo do mar, quando de repente o João vê uma coisa suspeita parecida com... uma cache .
Encher o peito de ar e mergulhar até ao fundo. Era mesmo uma cache, só que a 5 metros de profundidade. OK, está a maré cheia e alguém se esqueceu de mencionar no listing que a profundidade varia com as marés . Como indicava 3 metros suposémos que a cache estivesse fixa na base das bóias e não no fundo do mar, a uma profundidade variável.
Seja como fôr, a cache foi encontrada, mas assim que a abrimos, um cheiro nauseabundo a peixe podre emana de dentro dela. Estava cheia de água e o log-book impraticável. Como tínhamos feito o geo-litter da Ponta de França aproveitámos o log-book dessa e deixámos esta operacional. Contudo, creio que será uma operacionalidade a prazo, pois temo que o container, embora estanque, se deforme ligeiramente com a pressão da água, deixando alguma entrar. O tempo o dirá.
Estava assim encontrada mais uma daquelas caches especiais que dão sentido a esta loucura que é o Geocaching. Que melhor maneira de assinalar este 4º aniversário de Geocaching.
Reserva Natural da Berlenga
Depois de termos visitado a Ilha Velha, o Farol, a Ponta de França, o Forte de S. João e de termos feito um pouco de snorkling, ainda sobrou tempo para vir até aqui procurar a última da ilha para conseguirmos fazer o pleno de founds das Berlengas.
Antes disso, o trajecto desde o Forte de S. João Baptista até ao cais de embarque foi feito num pequeno barco turístico com o fundo em fibra de vidro para que pudéssemos observar um pouco da fauna e da flora locais. É uma experiência imperdível, uma espécie de snorkling motorizado .
Tivémos o privilégio de ser conduzidos por um guia que é profundo conhecedor da ilha e como tal o passeio foi uma autêntica lição sobre a Reserva Natural da Berlenga, uma das candidatas às 7 Maravilhas Naturais de Portugal.
Percorremos algumas das grutas e ouvimos as histórias a elas associadas. Um autêntico deleite. Passou-se meia hora num estalar de dedos. Por 3,5€ por pessoa, recomendo vivamente este passeio, até porque se evita subir a escadaria do Forte .
A cache apareceu com facilidade o que nos deu tempo de sobra para apanhar o barco de regresso a Peniche, às 14 horas.
Estava assim concluída uma magnífica jornada de Geocaching, há muito tempo programada, mas só hoje realizada. Recomendo vivamente!