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11 August 2013 Written by  Pintelho

Pintelho found Welcome aboard... [V.N. Milfontes]

Found it

Pintelho found Welcome aboard... [V.N. Milfontes]


Primeiro dia de férias por Vila Nova de Milfontes, e o tempo não convidava a banhos.

Ora, se não dá para banhos, dá para visitar um náufrago. E assim foi a visita à primeira de cinco nomeadas GPS 2012 da viagem.

Dos apartamentos onde estávamos alojados ao acesso à praia era "um tirinho". O GPS, à porta, marcava 300m para o GZ. Claro está que é mais fácil dizer do que fazer, e o acesso envolveu uma ligeira paralela ao GZ.
Pelo meio, as obras de construção da nova ETAR de Milfontes emprestaram um ambiente menos mágico à curta caminhada.
Nada que nos impedisse de, logo após passar a ETAR, avistar o Klemens, lá abaixo. Na altura sem a lição estudada, decidimo-nos a especular sobre as funções do navio.
Nunca estivemos perto da história que o listing nos conta, sequer.

Ora, avistado o alvo, era obra de estudar o acesso à praia. A descida parecia íngreme, mas revelou-se mais fácil que as aparências. A GS, inclusivé, deu por si a passear de mala na mão, qual tarde de gala .

E foi este o pretexto para, apesar da ameaça de chuva, pousarmos pela primeira vez em 2013 os pés na praia.
À primeira oportunidade descalcei-me, pois claro, e corri, como uma criança feliz, até aos destroços. Já estava. Já me tinha deixado transportar para um mundo imaginário. No meu pensamento a tarde estava ainda mais escura e tempestuosa. O mar estava tudo menos calmo, agitado por relâmpagos e ondas de vários metros. A banda sonora era uma chuva torrencial, abafada pelo ribombar dos trovõs, e o convés estava vazio. Via-se, na ponte, o desespero de um comandante a tentar evitar o inevitável - a catástrofe.

E foi então que a GS me chamou, com uma perguta óbvia: qual é a proa?, arrancando-me à imaginação. Só por aqueles momentos, esta cache já tinha um favorito. Isto se a encontrasse.
Claro que a proa é ali, pensei. E se bem o pensei, logo comecei a procurar, ignorando os 15m que o GPSr me apontava para o GZ.
É nestas situações, em que nos deixamos guiar pelo entusiasmo, que surgem os DNF, e este quase que era um, pois a magana não aparecia.

Passei, pois, ao plano B: afastar-me do navio e pensar como owner.
Foi nesse momento que, ao olhar atentamente à arquitetura do navio, corroída e adulterada pelas marés e pelo sal, percebi que a minha proa era, afinal, a popa.

Peguei nas tralhas e subi, desci, esgueirei-me aqui, procurei ali, e nada... Mas será que a cache naufragou?

Com o desânimo a tomar conta de mim, era hora de puxar a GS para cima - tarefa complicada para quem mede pouco acima do metro e meio.
Com ela cá em cima, e enquanto começava a procurar o número de telefone do owner, claro que a perspicácia feminina colheu os seus frutos. Já não precisava de ligar a ninguém. A cache estava, afinal, num dos locais mais óbvios.


Logada a danada, ainda brincámos um pouco mais na praia, molhando as mãos nas ondas que, ao contrário do meu sonho, eram minúsculas, inofensivas. Aproveitámos um pouco mais da beleza daquela estrutura, outrora capaz de atravessar mares e agora inerte, parte integrante daquela praia e, com toda a calma do mundo, regressámos. Afinal de contas, ali ao lado havia um segredo, dos Enya ou da Paixão, para ser descoberto.

Obrigado, Filipe, por uma das caches mais memoráveis de Milfontes - não é fácil, que esta terra tem-nas em quantidade e qualidade!
Da cache sairam boas memórias, em troca destas palavras. Duvido que as pegadas ainda lá estejam!

OPC!



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