A visita ao Trilho dos 3 Rios já estava reservada há algum tempo, mas apenas agora se concretizou. Os relatos e as imagens foram aguçando a curiosidade. Tratando-se de um percurso que acompanha 3 rios que descem das serras os motivos de interesse por norma evidenciam-se apenas por si.
Saindo de Ribeira de Fráguas rapidamente chegamos ao rio Filveda, do qual já conhecíamos a famosa cascata, onde encontrámos um parque de merendas. Passando por parques e pontes, o trilho serpenteia pelo rio de forma harmoniosa. Com um arvoredo diverso e muito interessante, um rio fotogénico, numa sombra contínua, esta é parte mais fantástica do trilho.
Mais à frente, nos Túneis do Cavouco surgem construções abandonadas, já engolidas pela vegetação, lembrando um mundo distópico a fazer o caminho de regresso a uma natureza mais primeva, entre as ruínas de uma humanidade esquecida.
Passamos pelo Açude dos Ingleses e pelo moinho do Regatinho, deixamos o rio e deambulamos pelas ruas da aldeia. Dali foi sempre a subir até ao Cabeço dos Mouros, de onde descemos para as ruínas do Lagar de Azeite. Imaginamos que esta parte do percurso apenas exista para fazer a ligação, dado que é desinteressante. Lá em cima, olhando em volta, é desolador ver tanto eucaliptal.
Já no rio Pequenino, os motivos de interesse regressam. Esta parte é também muito agradável, acompanhando o cirandar sossegado das águas. Passando por campos abandonados, chegamos à confluência deste rio com o Caima, que desce do planalto da Freita. Sobranceiro sobre o rio, o percurso inverte depois no Palhal e prossegue para o final. Com a promessa de uma cerveja para celebrar a chegada, fica a certeza de termos concluído um excelente percurso, mormente no Filveda.
Artigo publicado em cruzilhadas.pt