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13 February 2017 Written by  Palhocosmachado e Pedro.b.almeida

Geotour Azores no Grupo Oriental (São Miguel e Santa Maria)

Passados dez meses da sua publicação, a GeoTour Azores continua a ser a única geotour existente em Portugal. É constituída por 170 caches com o prefixo AZGT ou AZGTJ, das quais 20 são caches “Joker” (com o prefixo AZGTJ) e com quase dois mil favoritos.

 Para completar esta geotour existem seis “portas”! De qualquer forma, para atingir qualquer uma das “portas” (e portanto ter acesso aos prémios…) é sempre necessário, encontrar as caches desta GeoTour em, pelo menos, duas ilhas açorianas.

À data da publicação desta edição da Geomagazine, já concluíram esta GeoTour quase trinta geocachers, por todas as portas, com excepção da “porta”: “totalidade da GeoTour”, a que corresponde 150 caches.

Nesta edição da GeoMag vamos apresentar algumas caches de cada uma das ilhas do grupo oriental, ou seja de Santa Maria e São Miguel.

 

A ilha Amarela – Santa Maria

 “A ilha de Santa Maria, situa-se no extremo sudeste do Arquipélago dos Açores, sendo esta ilha a primeira deste arquipélago a ser oficialmente descoberta, por Diogo Silves, cerca de 1427, situando-se a sua capital em Vila do Porto, a mais antiga das vilas Açorianas.

Com uma superfície de 97km2, e caracterizada pelas suas baías de recorte profundo, a Ilha de Santa Maria mantém as suas antigas tradições aliadas a um património arquitectónico único e a uma natureza surpreendente, dona de grandes proporções de terra de origem sedimentar onde se encontram variados fósseis marinhos, testemunho do passar dos séculos neste território.

O ponto mais elevado da Ilha situa-se no Pico Alto, a 590 metros de altitude.

A Ilha de Santa Maria caracteriza-se pelos seus núcleos habitacionais que muito fazem lembrar as regiões continentais do Algarve e Alentejo, com casas de alvenaria branca e faixas coloridas, uma vez que os primeiros colonos derivavam na sua maioria destas regiões, corria ainda o século XV. Plena de beleza natural, Santa Maria é conhecida pelas belas cores das suas paisagens, onde o amarelo e ocre do solo e das culturas, o verde dos campos e o profundo azul do oceano provocam panoramas sem igual, tendo sempre muito para conhecer e oferecer, proporcionando as melhores condições para a prática de desportos e actividades de natureza e lazer ou simples contemplação”.

AZGT ESA EUROPEAN SPACE AGENCY AGÊNCIA ESPACIAL EUROPEIA [GC55E49]

Esta cache tradicional localiza-se na entrada do complexo espacial existente nesta ilha e foi construída, em conjunto, pela team Palhocosmachado e pela direção da administração da Agência Espacial Europeia.

 A Edisoft inaugurou com o Governo da Região Autónoma dos Açores e a Agência Espacial Europeia (ESA) a nova estação Galileo Sensor Station (GSS), a mais recente adição à estrutura de estações já existente na Ilha de Santa Maria, Açores. A GSS faz parte de uma vasta rede de estações espalhadas por vários países, que monitorizam a qualidade do sinal e o posicionamento dos satélites Galileo que se encontram em orbita. As antenas VSAT, as infraestruturas com equipamento de sistemas complementares e os serviços de segurança permanentes ligam a estação GSS à rede Galileo.

As várias estações Galileo GSS trabalham em rede no sentido de se detetar desvios orbitais que poderão resultar na degradação da precisão dos sinais de navegação recebidos.

AZGT Calçada do Gigante [GC2ET2W]

Esta é uma cache tradicional do geocacher Scolpit, que se localiza na freguesia de Santo Espírito.

Este fenómeno geológico fica a cerca de 220 m da foz da Ribeira de Maloás, o vale fluvial é caracterizado por uma queda de água de 15-20 m de altura, com uma disjunção colunar impressionante numa escoada lávica basáltica subaérea. As colunas verticais, por vezes com quase 1 m de diâmetro, são cortadas no topo e na base, assemelhando-se à Calçada de Gigantes (Giant's Causeway na Irlanda do Norte). É um dos geossítios de Santa Maria e é palco de atividades de rapel.

AZGTJ The Treasure or your Life [GC2Z6EF]

Esta é uma multi-cache, com quatro etapas (O Tesouro ou a Vida), do geocacher Gruta e que nos leva em primeiro lugar a visitar o túmulo do primeiro Capitão Donatário da ilha.

“Reza a lenda, que em tempos um pirata feito prisioneiro nesta ilha, terá comprado a sua liberdade a troco de um tesouro, e que o mesmo estaria escondido por estas bandas.

A sua estranha fuga e posterior desaparecimento, fez levantar a suspeita de que o prisioneiro teria recebido ajuda e abrigo de alguém influente, e que o mesmo se encontraria não a monte, mas escondido, pelo Capitão do Donatário em parte incerta. Sabendo que o seu destino seria a forca, se alguma vez se provasse a sua traição ao Rei, o Capitão nunca tentou procurar o tesouro até ao dia da sua morte, altura em que balbuciou nos seus últimos suspiros…

AZGTJ O Capitão Donatário e o Pirata Invasor - GC5DBAH

Esta é uma multi-cache especial, do geocacher Lumes59, com quatro pontos (três pontos de passagem, mais a final), que se localiza na ilha de Gonçalo Velho (ou ilha Amarela) …

 É uma caixa que, devido às suas características e por razões de segurança, só funciona parte do ano (de abril a outubro) e que leva o geocacher a “viver uma aventura” e a conhecer melhor a história desta ilha, apelando ao espírito de aventura e à imaginação. É de realçar que, logo no primeiro ponto, o geocacher é conduzido à Biblioteca Municipal de Vila do Porto (conhecida como Solar da Boa Nova, edifício imponente e muito bem restaurado, localizado à “entrada” de Vila do Porto), inaugurada a 16 de outubro de 2009, outrora a casa do capitão Donatário da Ilha, que na época era o representante da Coroa Portuguesa, que tinha como função, entre outras, a de defesa da ilha dos ataques dos piratas e corsários que então a costumavam assolar e vandalizar, causando o pânico entre a população.

Neste edifício, onde se localiza a 1ª etapa desta multi, ainda subsistem alguns elementos que ilustram esse passado e que podem ser visitados. De início temos na fachada principal os vestígios daquela que terá sido a Capela privada da casa do Capitão Donatário onde se celebravam os atos religiosos para a família, seus trabalhadores e habitantes das redondezas. Na moldura da janela do 1.º andar desta Capela, em pedra da Baía da Cré, é possível encontrar fósseis bivalves incrustados (local da earthcache “Fossils and Books”); uma coleção de 15 balas de canhão em ferro, representativa das munições que equipavam as fortalezas da ilha; e ainda o Paiol de Munições, (cuja visita deverá ser solicitada às funcionárias da Biblioteca), constitui-se num pequeno edifício com paredes em alvenaria de pedra aparelhada, recoberto por abóbada de volta perfeita.

Reza a “história” desta cache que: “por esta altura da visita, revivemos o dia 7 de junho de 1616, quando o então 4.º Capitão Donatário, de seu nome Pedro Soares de Sousa, é avisado pelas vigias, da aproximação à costa de uma Nau Pirata com intenções hostis. De imediato, este dá instruções à sua guarnição, distribuída pelas várias fortificações da ilha (Fortes) para vigiarem e afundarem a embarcação invasora. Passadas algumas horas chega a notícia de que a Nau dos Piratas foi afundada com sucesso junto à costa da ilha pelo fogo cruzado de 2 fortificações”.

O objetivo da 2ª e 3ªetapas, é descobrir o local de afundamento dessa Nau. Para isso o geocacher deverá se deslocar às fortificações indicadas e aí obter a direção dos respetivos tiros de canhão, cuja interceção indica esse local. Nestas duas etapas (situadas em duas das antigas e importantes fortificações desta ilha) tem que se determinar dois azimutes, relativos a dois “tiros” imaginários de canhão. Aqui, depois da história e “ciência militar” entra a Matemática… Com o ponto de interseção destes dois azimutes, determina-se o local do afundamento do veleiro pirata…, pois, reza a lenda que: “revoltada e com desejo de vingança, colocou o crânio escalpado do Pirata Invasor no local do naufrágio, com o seu nome inscrito e que o mesmo se consegue avistar a alguma distância, depois de se localizar a zona do afundamento.

Entretanto o geocacher já terá passado pela localização de várias outras caixas…, caminhando por trilhos, paisagens espetaculares, jazidas fósseis, “viveiros de earthcache” e monumentos históricos… Depois começa a aventura! É preciso embarcar! Sim, para encontrar o crânio do pirata chefe é preciso molhar e navegar (daí o atributo sazonal!)…

A ilha Verde – São Miguel

“A ilha de São Miguel é a maior das Ilhas do Arquipélago dos Açores, sendo considerada a mais diversificada, numa superfície de cerca de 759 km2, com 65 Km de comprimento e 16 Km de largura máxima, conhecida como a “Ilha Verde”, pela beleza e extensão das suas pastagens e paisagens naturais sem fim.  

Conhecida pelas suas Lagoas e outros fenómenos naturais, encontram-se em São Miguel panoramas de rara beleza, como o Vale das Furnas inebriado pelo vapor das suas caldeiras vulcânicas e pela maravilhosa lagoa, ou as grandes crateras das Sete Cidades e do Fogo, que apresentam deslumbrantes lagoas de águas cristalinas.  

O ponto mais elevado da Ilha situa-se a Este, no Pico da Vara, a cerca de 1103 metros de altura, de onde se tem um panorama de excelência. A maioria da população habita a acentuada costa Sul, sobrevivendo predominantemente da agricultura, e também da criação de gado, da pesca, do comércio e do crescente turismo, o mais desenvolvido das nove ilhas.

De origens vulcânicas, ainda hoje se encontram em São Miguel fontes de água quente e fumarolas, bem evidentes nas Furnas e na Ribeira Norte, permitindo uma temperatura tal que é possível cozinhar o típico cozido, numa panela debaixo do solo e por longas horas - certamente uma iguaria a não perder”.

AZGT O Segredo de Avalon - The Secret [S Miguel] [GC33NB5]

Esta cache tradicional tem por owner o geocacher Clavent.

“Na mística ilha de Avalon, as sacerdotisas reuniram-se na base do Monte Sagrado com uma missão: era necessário esconder o Graal pois uma invasão bárbara estava eminente. Muitos locais foram discutidos, mas apenas um teve o aval de todas as sacerdotisas. O Graal iria ficar escondido numa das Ilhas de Bruma, num local onde apenas os escolhidos iriam.

A localização foi gravada numa pedra e atirada ao grande lago. Nela via-se claramente uma inscrição…

Aos escolhidos espera-os um trajecto de grande dificuldade, mas no fim receberão a tão merecida recompensa: beberem do Graal e obterem eterna juventude”.

AZGT A view to the Paradise of Nature [Lagoa do Fogo] [GC3F5Q2]

“Esta é uma cache tradicional, que tem por owner Paulohercules e que se localiza na paradisíaca Lagoa do Fogo.

"Ao ver a Lagoa do Fogo, na ilha de São Miguel, percebi que não há nada semelhante no Universo."

Palavras de Fernando Dacosta, em depoimento recolhido por Isabel Faria (Revista Domingo, 18/08/2013), promovendo uma escapadinha imperdível à ilha de São Miguel, com o aliciante ingrediente de o mesmo estar a descrever um passeio dado com Natália Correia.

A escritora Natália Correia, que me ciceroneava pela sua ilha (São Miguel, Açores) onde eu estava pela primeira vez, impôs-me: "Hoje vai acompanhar-me a um dos poucos sítios habitados por deuses. Só os iniciados são dignos de o comungar". Mais um dos seus exageros, pensei. Depois de a ouvir, no piano do hotel, dizer odes a ninfas de levadas e faunos de bosques, partimos para o éden anunciado. "Prepare-se que o milagre vai dar-se", e o milagre aconteceu”.

AZGT Conhecer as Caldeiras das Furnas [GC68AWB]

Esta é uma multi-cache, do geocacher Electrónico, que tem os seus vários pontos na zona das “caldeiras” das Furnas, sendo um dos locais mais visitados deste arquipélago açoriano.

“”Furnas” é uma freguesia do concelho da Povoação, na ilha de S. Miguel, nos Açores, e é conhecida pelas suas caldeiras (em permanente ebulição) que provam que estamos em terrenos vulcânicos.

As Furnas são muito conhecidas pelas suas águas termais, nomeadamente as caldeiras

Fumarola (do latim fumus, fumo) é uma abertura na superfície da crosta da Terra (ou de outro qualquer corpo celeste), em geral situada nas proximidades de um vulcão, que emite vapor de água e gases tais como dióxido de carbono (mofeta), dióxido de enxofreácido hidroclórico, e sufureto de hidrogénio. A designação sulfatara, do italiano solfo, enxofre (via o dialecto siciliano), é dada às fumarolas que emitem gases sulfurosos. As fumarolas podem ocorrer ao longo de pequenas fissuras ou de zonas de fraturação das rochas, formando alinhamentos, ou em zonas de fractura, tais como caixas de falha, formando por vezes extensos campos de fumarolas. Os campos de fumarolas, como o das Furnas, na ilha de São MiguelAçores, são áreas de concentração de nascentes termais e outras manifestações geotérmicas, em geral associadas a zonas onde rochas ígneas quentes se encontram a pequena profundidade e interagem com os aquíferos. Outras correspondem a zonas de desgasificação das formações, onde o magma subjacente está a perder gases que chegam à superfície com temperaturas e concentrações suficientemente elevadas para poderem ser facilmente notados”.

AZGT Farol de Ponta Garça [GC6A1M5]

Esta é uma cache tradicional, construída pela Team Palhocosmachado em conjunto com a Marinha de Portugal, estando envolvido na manutenção da cache o faroleiro de serviço a este farol.

O Farol de Ponta Garça localiza-se no lugar do Cinzeiro, freguesia de Ponta Garça, na costa sul da ilha de São Miguel,  Açores. O farol foi construído em 1957 e está instalado no topo de uma torre cilíndrica branca com 14 metros de altura, tendo um edifício anexo. A luz, que tem o número nacional 606 e o número internacional D-2642, está situada a 101 m acima do nível médio do mar e está equipada com uma ótica dióptrica fixa com um tambor de 500 mm de distância focal dotado de sectores brancos e vermelhos. A iluminação é feita com lâmpadas de halogéneo de 50 w operando a uma tensão de 12 v. O alcance da luz vermelha é de 13 e o da luz branca é de 16 milhas náuticas. Este farol é guarnecido por um faroleiro e serve de guia aos navegantes.

AZGTJ Seleção Natural | Natural Selection [GC57T0Z]

Geocache do tipo letterbox híbrida, da responsabilidade do geocacher pedro.b.almeida e Palhocosmachado e que foi a cache vencedora, para os Açores, dos Prémios GPS2014.

“Antes da teoria da evolução pela Seleção Natural de Darwin os paleontólogos acreditavam que os dinossauros representavam restos de animais que morreram no dilúvio bíblico. Este dilúvio explicava tanto o facto e a velocidade do seu desaparecimento. Somente no final do século XIX os paleontólogos perceberam que quase todos os dinossauros tinham sido extintos dentro de um breve período de tempo, no final do período cretáceo. Durante a maior parte do século seguinte, os cientistas focaram-se em explicar como poderia ter ocorrido esta extinção. A maioria das teorias apontava como possível causa as mudanças climáticas, o vulcanismo, a diminuição do nível das águas do mar e ao deslocamento dos continentes.

Mas centenas de outras teorias foram desenvolvidas, algumas razoáveis e outras mais rebuscadas (incluindo dizimação por alienígenas que visitaram a terra, guerras de dinossauros e "paläoweltschmertz" a ideia de que os dinossauros ficaram cansados e extinguiram-se). Era, também, frequente pensar-se que os mamíferos, durante a sua evolução, simplesmente comeram os ovos dos dinossauros para levá-los à extinção. Independentemente dos detalhes, a maioria dessas teorias dividiu o pensamento comum de que os dinossauros eram um grupo de animais que tinha chegado ao fim de sua vida evolutiva. A sua extinção foi vista como inevitável, o produto de ter evoluído por muito tempo. Na maioria dos cenários de extinção, os dinossauros eram simplesmente incapazes de lidar com a concorrência de mamíferos e a mudança climática e assim todos eles foram extintos.

Marsh apoiava a teoria de Charles Darwin da evolução por Seleção Natural. Numa das suas expedições à procura de novas espécies visitou, em 1898, os Açores e ficou maravilhado com a beleza da ilha, as suas lagoas, as condições climatéricas e com os seus verdejantes pastos. Num telegrama enviado à família, Marsh afirmava que tinha feito uma grande descoberta que iria derrubar de uma vez por todas o seu adversário Cope e que estava prestes a mudar o rumo da história. Afirmava, também, que a Seleção Natural não tinha sido bem sucedida. Mas, passado um ano da sua descoberta faleceu vítima de pneumonia. A sua mala pessoal com os seus utensílios, desenhos, apontamentos e passaporte nunca foram encontrados. Apenas foi encontrado no bolso do seu casaco uma pequena nota…

Esta nota encontra-se exposta no Museu Peabody de História Natural e, até à data, ninguém conseguiu compreender o seu significado.

Após a sua morte, Cope veio a público desprezar Marsh afirmando que a sua "possível descoberta" era apenas um bluff e não passava de mais um esquema para humilhar e denegrir a sua credibilidade e imagem. Em outubro de 2014 durante umas obras de manutenção de estruturas de captação de água dos SMAS nas Sete Cidades, foi descoberto um mapa que, alegadamente, pertenceu a Marsh. Por estranho que pareça, o mapa não indicava nenhum local em concreto, provavelmente por causa dos “ladrões de ossos”.

Texto: Luis Filipe Machado (aka Palhocosmachado) e Pedro Almeida (aka Pedro.b.almeida)

Fotos: Pedro Almeida (aka Pedro.b.almeida)

Artigo publicado na GeoMagazine#24.



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