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09 January 2017 Written by  anasofiazevedo, n@vegante, r@tinho e RCorreia

Além fronteiras - Na Ilha Esmeralda

Após um curto interregno nas nossas viagens, eis que neste ano se avizinhava mais uma semana de passeio, conhecimento e muito geocaching além-fronteiras.

 

O destino escolhido foi, desta vez, a República da Irlanda. País de cultura celta por natureza, repleto de paisagens deslumbrantes, falésias de cortar a respiração; país pai de muitas lendas e contos de fadas e bruxas, em que o misticismo está sempre presente em qualquer condado, com um charme particular em cada recanto da ilha. Ou pelo menos era assim que víamos a Irlanda, destino já na mira desde há algum tempo. Uma semana revelou-se insuficiente para tudo. Foram 1100km num percurso circular, que nos levou a (quase) todos os recantos que ansiávamos conhecer e que nos permitiram experienciar a cultura irlandesa. Constatámos assim que as nossas expetativas foram superadas! O geocaching foi, mais uma vez, o nosso “guia turístico”, que nos permitiu ir um pouco mais além do que aquilo que o comum turista vê.

Desta forma, todo o percurso foi previamente planeado em Portugal antes da partida. Definimos as cidades que nos despertavam mais interesse, calculámos os quilómetros a fazer e os pontos de estadia de acordo com o que o local tinha para oferecer. Temperaturas agradáveis durante o dia e bem frias à noite, assim como a esperada chuva, humidade e nevoeiro, foi o clima que nos acompanhou.

Começámos o nosso percurso pela capital, Dublin. Três dias foram suficientes para conhecer a cidade, em trajetos feitos a pé. Muitas foram as caches tradicionais que encontrámos, em locais mais ou menos interessantes. Containers sem nada digno de registo, mas sem dúvida que as caches que se destacaram foram a Northside Pub Crawl [GCM7R6] e a Southside Pub Crawl [GCJJVZ]. Duas caches virtuais que mais tinham de multi do que de virtual. Em ambas, éramos levados pelos recantos da cidade em busca dos mais diferentes pubs típicos, nos quais tínhamos de responder às questões, fazer contas e encontrar as coordenadas que nos levavam a um pub final, onde o “desafio” era experimentar a típica Guinness. Ao longo de um percurso de mais de 2,5km para cada cache e dos seus inúmeros waypoints, fomos encontrando igualmente outros pontos de interesse na cidade, como a mítica zona de Temple Bar (onde jantámos num pub típico, com música ao vivo), o Castelo de Dublin ou o St. Stephens Green, um grande parque, na zona sul do rio Liffey.

Na zona norte há a referir a O’Connell Street, zona comercial por natureza, com uma cache virtual e uma já rara webcam cache nas imediações, que não podíamos deixar de encontrar, a Gardiner’s Treat [GCJKTN]. Ainda a referir, multicache An Górta Mor/ The Great Famine [GC4HQ60] alusiva à triste história da pobreza na Irlanda.

Foram também inúmeras as Igrejas e Catedrais que visitámos na cidade. Desde a Catedral de St. Patrick, a mais antiga da irlanda que data da era Celta, com a sua multi-cache The Bayno [GC4655X], que fizemos questão de completar, à Catedral Christ Church e a sua earthcache [GC567K4], ou à Igreja de St. Anne’s.

Dublin apresentou-se para nós como uma cidade de fortes características culturais. Mesmo sem edifícios ou locais emblemáticos como outras pérolas europeias, ainda assim, dotada de um encanto característico e um ambiente extremamente acolhedor.

Após estes dois dias, demos então início à roadtrip que nos iria mostrar os verdadeiros encantos da Ilha Esmeralda, fora do grande centro urbano.

O destino seguinte foi Belfast. Ficámos alojados numa típica countryhouse em Lisnacurran, que foi o ponto de partida para a exploração da cidade propriamente dita. Começámos pela Torre do Relógio e a cache Old Albert [C65BAV]. Todo o percurso no centro da cidade foi feito a pé, onde ficámos a conhecer algumas das maravilhosas pinturas/grafittis que existem espalhadas nas várias paredes.

Obviamente, o Titanic Memorial não podia ficar por conhecer. No Titanic Quarter, que é basicamente uma área portuária transformada em ponto turístico, onde o famigerado Titanic foi construído e lançado ao mar, encontram-se vários pontos identificados, relacionados com a construção deste navio, assim como um percurso de 10 caches que nos guia por este local. Ficou para trás, com muita pena nossa a Wherigo Cluedo Titanica [GC5HPG2], mas a gestão do tempo já não nos permitia mais continuar em Belfast.

Seguimos então com destino a Sligo, passando primeiro por Enniskillen, pequena cidade, onde parámos no Necarne Castle para um passeio nos bosques circundantes, em busca das caches The Necarne Troll [GC5A75W] e Sound the alarm! [GC4CPYQ], duas caches muito interessantes, no meio da floresta, onde explorámos túneis, descemos a ribeiras e percorremos pontes. Momentos diferentes, sem dúvida, que valeram cada minuto!

Ficámos alojados nas montanhas em Colooney, sem grande hipótese de passeio noturno, devido às condições climatéricas. No dia seguinte dirigimo-nos a Galway, pequena cidade, muito pitoresca, de pequenas ruas bem arranjadas, repletas de turistas. Um pequeno passeio a pé permitiu-nos conhecer também as escavações arqueológicas com a cache The Hall of the Red Earl [GC6AD8G].

Ao longo da Wild Atlantic Way, deparámo-nos com mais uma pérola, o Dunguaire Castle. Rodeado de uma paisagem soberba, este castelo meio em ruínas foi digno de uma visita… e de uma cache, Dunguaire Castle [GC207E1].

O local seguinte foi um dos pontos geológicos mais emblemáticos da Ilha. The Burren, cujo nome deriva do gaélico e que significa terra rochosa. A cache WAW – Black head [GC57DHB], permitiu-nos conhecer com mais atenção esta extensão rochosa de pedra calcária, formada através do processo de erosão da chuva e vento, que originou profundas fendas no pavimento.

De seguida dirigimo-nos para os míticos Cliffs of Moher. Falésias que atingem mais de 200m de altura, numa extensão de mais de 8km ao longo da costa ocidental, paisagem de cortar a respiração e que bem representa a beleza natural da ilha. As várias earthcaches do local fizeram-nos olhar ainda com mais atenção e pormenor, para além da beleza natural do local: Cliffs of Moher [GC1W06N], Fossiliferous limestone at cliffs of Moher [GC6JY1Q] e Coastal Erosion at the Cliffs of Moher [GC656FG].

Ficámos alojados uma noite em Limerick. A terceira maior cidade da Irlanda conhecida pela sua universidade e ambiente académico. Atravessada pelo rio Shannon, o maior rio irlandês, é uma cidade de paisagens deslumbrantes. A cache In defence of the city [GC55E4G] levou-nos ao exterior do King John’s Castle, até um ponto que mostrava toda a cidade atravessada pelo rio, bem como a famosa ponte Thomond. Um pequeno percurso pelas igrejas, guiado por uma sequência de caches “Limerick City of Churches” foi também um ponto alto da visita à cidade.

O passeio continuou por Adare, uma pequena vila de telhados de colmo, característica que a distingue de todas as outras que visitámos… infelizmente não existia nenhuma cache no centro da vila que nos permitisse “marcar” este ponto no nosso mapa geocachiano.

Seguimos então para o Parque Natural de Killarney. A cache Killarney Lakes Viewpoint – North [GC27MXZ] permitiu, como o nome indica, uma vista panorâmica sobre os lagos. Seguiu-se um passeio pelo parque, pelo Castelo Ross, antiga mina de cobre e Governor’s Rock, que em 2km nos proporcionou desfrutar da bela paisagem, dos castelos em ruínas e do ambiente fantástico do local. Este foi, para nós, um dos pontos altos de toda a viagem. Digno de uma visita mais aprofundada, ficou o sentimento de insatisfação de não podermos permanecer mais tempo.

Cork, a segunda maior cidade da Irlanda foi o ponto de paragem seguinte. O centro da cidade, foi, mais uma vez, descoberto a pé. As várias igrejas, como a Catedral St. Finns Barre [GC5XV9K], a praça central e o English Market [GC5VKKX] foram os pontos que mereceram especial atenção.

De seguida, passámos em Kilkenny. Pelas descrições, tínhamos grandes expectativas em relação a este local. Foi a capital medieval da Irlanda e nasceu no Sec. XIII. Começámos o passeio pelo Castelo de Kilkenny e pelas suas duas caches homónimas ([GC6QA6W] e [GC6Q9ZT]). Um pequeno passeio a pé pela cidade, permitiu-nos conhecer a fantástica catedral St. Canice e seu cemitério gótico no exterior [GC3Y92C] e um curioso fã de Elvis Presley cuja casa é o mote para a cache Gracelands [GC2P8BW].

Já quase a chegar ao final da semana, tivemos ainda tempo para passar em Waterford, a mais antiga cidade da Irlanda, fundada pelos Vikings no ano de 914, com uma localização dominante, rapidamente se tornou no maior porto da Irlanda. Muito movimentada não facilitou a procura de caches, assim como as coordenadas desviadas e múltiplos DNF’s. No entanto, a praça junto ao porto e a cache The plaza [GC4ZX27] são dignas de nota.

Já a queimar os últimos cartuchos do dia, a homenagem aos emigrantes, não fossem os Irlandeses uma nação de emigrantes, não podia deixar de ser feita, na cache virtual Dunbrody, [GCG3BC] cache já antiga datada de 2003, junto à chama do emigrante.

Mesmo a finalizar a viagem, a última cache feita em território irlandês, não podia mesmo deixar de ser, a primeira cache da Europa, das mais antigas ainda activas… a Europe’s First [GC43]. Poucos quilómetros a sul de Dublin, fomos em busca desta cache. Esta sim, esperada e ansiada desde o primeiro momento que soubemos que íamos à Irlanda. Marco para qualquer geocacher, deixada propositadamente para o fim. Um percurso lindíssimo à beira-mar, debaixo de um sol muito agradável, três caches pelo caminho… a conjuntura não podia ser a melhor. Chegados ao local, o container foi fácil de encontrar… e que container... Mesmo ao nível desta cache. Foi, sem dúvida, também um dos momentos mais altos desta viagem. Uma maneira fantástica de finalizar uma semana repleta de bons momentos e muitas histórias para contar.

Boa gastronomia (o pequeno almoço irlandês é qualquer coisa de demoníaco!), pessoas super simpáticas e amigáveis, que sempre nos fizeram sentir em casa com a sua afabilidade e forma acolhedora de estar, paisagens divinais e muitas histórias para contar.

Fica a insatisfação de locais que gostaríamos ter tido mais tempo para visitar, ou que não visitámos de todo, como o condado Donegal ou a Giant’s Causeway, mas fica igualmente a sensação de uma semana muito preenchida e de uma forma geral, que ficámos a conhecer muito bem a Ilha Esmeralda.

Usar o geocaching como guia e o como o nosso orientador, levou-nos sem dúvida a locais que não iríamos de outra forma. Pode parecer um lugar-comum, mas é a nossa realidade e a sensação com que ficamos após cada viagem!

 

 

Texto/Fotos: anasofiazevedo, n@vegante, r@tinho e RCorreia

Artigo publicado na Geomagazine #24.

 



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