25de Abril,2024

Geopt.org - Portugal Geocaching and Adventure Portal

26 September 2016 Written by  pgavlak (Pau)

Mi Querida Llardana

Sempre gostei de caches solitárias. Mistérios impossíveis ou locais remotos, abrir aquela caixa escondida durante meses ou anos sem que outra pessoa a tivesse encontrado é uma sensação única no geocaching. Então quando descobri uma utilidade que o Project-GC tem para encontrar caches remotas por área, claro que tive de a experimentar. Foi assim que descobri as caches de SiriNeos: Longas travessias de vários dias nos Pirinéus, muitas tendo sido encontradas apenas uma vez. A mais velha, "Mi Querida Llardana", escondida em 2008 encontrada apenas uma vez, em 2011. Claro que decidi ir fazer aquela, não envolvia escalada ou terreno difícil, apenas caminhada – muita caminhada.

Planeámos a viagem para a segunda metade de Julho, o plano era chegar ao vale na terça-feira à tarde, e depois fazer a cache nos quatro dias seguintes. Para além de que uma semana antes reparei que estava perto da milestone 1000, e decidi que deveria ser esta. Depois de rapidamente aumentar o meu número de founds e contando cuidadosamente as caches restantes, dormimos no vale Benasque, nervosos com o dia seguinte. De manhã, estávamos prontos para partir. Depois de olhar para a previsão do tempo (chuva) começámos a caminhar ao longo do vale Estos, para a primeira caixa da cache. Felizmente, a chuva chegou até nós a pouco menos de um quilómetro de um refúgio na grande montanha na profundeza do vale, e nós chegámos lá antes de estarmos completamente encharcados. Cerca de duas horas depois a chuva tinha parado e percorremos o último bocado até à localização da caixa. Quando finalmente lá chegámos, e rapidamente reconhecemos a imagem spoiler, começámos a nossa busca; procurámos e escarafunchámos até que aceitámos a verdade: não estava lá. 5 anos tinham feito as suas vítimas, e algum pequeno animal tinha a sua casa por baixo da grande rocha onde a cache já tinha estado; apenas encontrámos pequenos pedaços de plástico e um afia enferrujado.

Fizemos a única coisa que podíamos: continuar com a rota planeada e esperar encontrar rede de telemóvel nalgum lugar. Infelizmente, isso não aconteceu. Passámos a noite perto do belo Perramo Ibon (termo local para lago de montanha), e no dia seguinte descemos dos 900 metros de altitude para o nosso ponto de partida. Eu tinha uma ideia de onde a segunda caixa poderia estar, e procurei durante um pouco com a imagem spoiler, mas sem sucesso.

 

Uma vez em Benasque, enviei emails para o owner e para quem tinha sido o último a encontrá-la, na esperança de que eles respondessem no mesmo dia. Felizmente, depois de algumas horas, recebi resposta com as coordenadas de todas as caixas que constituem a cache, o que nos permitiu continuar no dia a seguir. O segundo percurso foi o nosso favorito, não vimos uma única pessoa durante todo o dia, e a paisagem era bonita e muito diversa, de uma floresta densa a vales gelados, passando por um leito do vale plano com um rio e uma bela cascata. Também tivemos chuva bastante intensa, até mesmo com alguns pequenos períodos de granizo e felizmente encontrámos refúgio numa pequena cabana. Mais tarde, conseguimos encontrar a caixa, mas em algum momento nos 5 anos, a água tinha entrado e tudo estava molhado. Felizmente, pensei que isso pudesse acontecer e trouxe um pré-forma para usar nestes casos… Onde está? Oh! Claro que sim. Deixei-o no carro. A 5 horas daqui. Por isso secámo-nos o melhor que conseguimos e continuámos.

Tendo as coordenadas para a cache final, o último dia foi também o percurso mais curto. Mais ou menos a meio passámos uma formação geológica interessante onde o rio desaparece para um buraco e atravessa a montanha, e observei as respostas de uma earthcache lá (#999). Aí, claro está, choveu e finamente chegámos ao último ponto, num lago perto de uma passagem de montanha. Os metros finais foram excitantes; será que a cache lá estaria depois de todos estes anos? Faltam 50 metros…. Tem de estar naquelas rochas além, eu reconheço a imagem spoiler, faltam 20 metros…. 15… 10…. Cheguei lá, comecei a afastar rochas, e aí! Um saco branco! Depois de afastar um monte de pedras, finalmente tinha a cache nas mãos e abri-a, em perfeitas condições, como no primeiro dia. Muito animadas escrevemos uma nota longa no logbook e tirámos um monte de fotografias daquele belo local, muito felizes por pormos um fim bem sucedido à nossa viagem. Apreciámos muito os caminhos e iremos definitivamente fazer outras caches do SiriNeos; ainda existem algumas para desfrutarmos. É uma pena porém, que tão poucas pessoas experimentem estas belas montanhas desta forma.

Artigo publicado na GeoMagazine#22.



Login to post comments
Geocaching Authorized Developer

Powered by Geocaching HQ
Geocaching Cache Type Icons © Groundspeak, Inc.
DBA Geocaching HQ.
All rights reserved. Used with permission.

Connect

Newsletter