Escolheste a Fenda da Calcedónia para comemorar esta milestone. O que motivou essa tua escolha?
Sabia que essa é considerada a melhor cache existente em Portugal. No fim-de-semana estava combinada um a cachada com amigos ali perto e decidimos juntar o útil ao agradável. Fizemos um desvio de propósito para fazer o meu found 10.000 nessa cache. Isto apesar de não dar grande importância às caches que coincidem com as milestones.
Para os membros mais recentes da nossa comunidade e todos aqueles que não te conhecem, como é que definirias o Monho? Deixa aqui o teu auto-retrato.
Sou uma pessoa alegre, divertida, estou sempre na paródia, ando feliz com a vida e sempre pronto a ajudar toda a gente. Respeito ao máximo todos os geocachers e sou o mais prestável possível. Por exemplo, dou uma média de 60 helpdesks por mês. Atendo toda a gente, sem exceção. Uma das coisas das quais mais me orgulho é o facto de, do Norte ao Sul, passando pelo Ribatejo, Figueira da Foz e Alentejo, sou sempre bem recebido por toda a gente. Sinto-me bastante acarinhado pela comunidade e não raras vezes até andam comigo ao colo! E isso já sucedia mesmo antes de ser o King, como me chamam desde que assumi a liderança do ranking de founds, quer geral quer nacional. Que fará agora... (risos)
Quando em 2005 te iniciaste nesta actividade pensaste em algum momento estar na linha da frente do top de founds em Portugal?
Sinceramente, nunca pensei nisso. Contudo, as coisas foram-se proporcionando e acontecendo com naturalidade graças ao grupo de amigos que fui construindo. Aliás, foi graças a eles que foi possível atingir estes números. Espero que tudo continue assim de forma a que, daqui a algum tempo, possa estar a dobrar esta marca (risos)!
És conhecido e assumidamente acarinhado como “O Homem dos FTF’s”. Qual é a tua relação com os números e com os rankings?
É excelente! Ao ponto de os tops não me largarem. Sério, não consigo deixar de estar no top (risos). Trata-se, portanto, de uma relação estreita e carinhosa. E nem sequer me preocupo muito com os números, porque se o fizesse aí é que ninguém me agarrava!
10.000 founds são certamente outras tantas histórias para contar. Quando pensas nestes 7 anos de geocaching, o que tem vem imediatamente à memória?
Apenas uma pequena correção, não faço geocaching há 7 mas sim há 4 anos. Registei-me em 2005, mas só comecei a cachar em 2008. O que me vem à memória... todos os momentos em que partilhei grandes aventuras e imensas maluqueiras com o pessoal. Sinceramente, não sou capaz de apontar um momento em particular pois prezo bastante o respeito e a harmonia entre as pessoas. Isso é essencial para o meu sucesso e bem-estar, custando-me ver algumas situações menos agradáveis no relacionamento entre geocachers.
O que mais te agrada e motiva na prática do geocaching, e o que mudarias se estivesse ao teu alcance?
Se mandasse alguma coisa acabava com os fóruns e com as estatísticas! As pessoas deviam passar menos tempo atrás do teclado e mais tempo na rua, a procurar caches. Os fóruns são úteis, mas nem sempre lhes são dados a melhor utilização... é normal ver troca de bocas, um lavar de roupa suja e críticas maldosas acerca dos founds. Ou é porque faz muitas caches, ou porque faz poucas, ou então porque é acompanhado por este ou por aquele. A sério, o pessoal devia pensar melhor antes de enveredar por esse caminho. Sei que os tempos não estão fáceis para ninguém, o Governo não pára de nos meter a mão ao bolso e a malta ferve em pouca água. Mas o geocaching devia servir precisamente para ser um escape para isso, uma forma de expiação dos nossos problemas e angústias do dia-a-dia. O que há de melhor nesta atividade são as pessoas, a paródia, os afectos, as amizades e o respeito, que é a base de tudo o resto.
Já visitaste todas as caches que realmente desejavas visitar em Portugal ou ainda existem alguns sonhos por concretizar?
Não, até porque não tenho a pretensão de logar as caches todas existentes no nosso lindo país. É completamente impossível acompanhar o ritmo elevado de publicação de caches, que continuam a surgir um pouco por todo o lado. Vou continuar a fazer o maior número possível de caches, de preferência com cachadas organizadas e em grupo.
A quem gostarias de dedicar estes 10.000 achados?
A mim, por todo o esforço e dedicação que foi necessária (risos). Agora a sério, dedico a todos aqueles que me acompanharam ao longo deste percurso e que contribuíram de forma decisiva para que estas 10 mil aventuras tenham sido possíveis.
E o teu próximo desafio pessoal...é?
A nível do geocaching, o meu próximo desafio é tentar continuar a cachar em grupo, com a mesma dinâmica, alegria e companheirismo. A ideia é continuar a estar sempre bem acompanhado e que isto tudo me dê o mesmo prazer que me dá atualmente.