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REAGE #1 Meia Volta ao Grande Lago
07 December 2016 Written by  REAGE

REAGE #1 Meia Volta ao Grande Lago

Aceitamos o desafio lançado pela GEOPT esta é a primeira rubrica dedicada ao GeoCaching por terras Alentejanas. Reunimos um grupo de Amigos e o nome que escolhemos para esta rubrica é REAGE = Região Alentejo GeoCaching. Achamos por bem criar alguma distância dos nicknames utilizados por cada um dos elementos que ajudam na elaboração desta rubrica, cada rubrica será sempre escrita e revista pelos seus membros, os quais terão todo o gosto em revelar e propor a toda a comunidade de GeoCachiana o que o Alentejo tem de melhor, porque ninguém fica indiferente a esta terra!

Comecemos por um local inconfundível do Alentejo, as Terras do Grande Lago e a majestosa Barragem do Alqueva, com uma beleza fantástica, uma das zonas turísticas mais procuradas em todo o Alentejo tanto pela sua beleza natural como imensa história e locais históricos que tem.

A construção da Barragem de Alqueva veio criar condições para o desenvolvimento turístico desta região do Alentejo. Foi criada assim uma nova região turística composta pelos municípios em redor da barragem, nomeadamente: Portel, Moura, Mourão, Reguengos de Monsaraz, Alandroal e Barrancos. Fonte de riqueza turística e fonte de riqueza agrícola, este enorme lago artificial (o maior da Península Ibérica e um dos maiores da Europa), é o ponto de partida por excelência de um qualquer roteiro de alguém que se queira aventurar nesta região. É este o mote para uma receita de sucesso para um dia em terras do Grande Lago.

Ingredientes:

- 2 ou mais pessoas (a receita pode ser confeccionada de forma individual, mas os resultados não serão iguais);

- uma máquina fotográfica, com baterias extra;

- vontade de provar a bela gastronomia alentejana;

- boa disposição q.b.;

- tempo, muito tempo... para relaxar e desfrutar (por aqui as coisas funcionam noutro ritmo e não há lugar a pressas).

Preparação:

1. O dia começou da melhor maneira para os lados de Portel. Numa outra altura seria uma óptima desculpa para nos deliciarmos com uma das suas fantásticas açordas (o festival de açordas de Portel é um dos eventos mais conhecidos desta região), mas hoje, às primeiras horas da manhã, tivemos de nos contentar com um cafezito e um pastel de nata, numa das pastelarias do centro. Por entre dois dedos de conversa, lá afinámos os últimos detalhes do roteiro e partimos rumo à Ermida da Gruta, um dos pontos de visita incontornáveis deste concelho. Localizada no topo da Serra de Portel, esta bonita ermida dedicada a São Pedro foi construída no alto de uma crista rochosa de agulhas, o que lhe dá um encanto especial. Goza de uma excelente vista panorâmica sobre o montado alentejano, o que a torna num excelente miradouro, lá ao fundo no horizonte para norte avista-se Évora para o outro Beja.

Três aspectos ressaltaram desta ermida desde a nossa última visita:

A ausência do VG que se encontrava no seu topo, um maior estado de degradação do tecto (provavelmente acelerado pelo peso desse mesmo VG que entretanto desapareceu), e a inexistência de uma cache neste local. Se em relação aos dois primeiros aspectos nada pudemos fazer, já no que toca ao terceiro tivemos de tomar uma atitude porque é impensável um local como este não estar GeoReferenciado. Lá fomos resgatar o contentor da anterior cache que entretanto tinha sido arquivada e colocámos um novo pela zona, nesta que esperamos seja uma das GeoCaches de referência no futuro e evidentemente aconselhada por nós (GC6VNQW).

2. Finda a visita a esta belíssima ermida, regressámos ao centro da vila e em particular ao seu castelo, onde se encontrava a seguinte GeoCache que seria alvo da nossa visita. Dominando a paisagem e a vila de Portel, este castelo foi fundado no século XIII por D. João Peres de Aboim, a mando d'el rei D. Afonso III. Dispõe de duas ordens de muralhas, sendo uma a exterior, que envolve a chamada “Vila Velha”, e a outra a do próprio castelo. São imensos os vestígios que por ali ainda podemos encontrar, e é impossível ficar indiferente perante a imponente torre de menagem que apresenta. Sem dúvida um ponto de destaque neste nosso roteiro e que as vossas máquinas fotográficas irão adorar! Já agora aproveitem para procurar a GeoCache que lhe faz referência, a GC2XH4B. Por falar em GeoCaches, podemos ainda destacar aqui pela zona a dos Moinhos (GC52P1H), com umas vistas fabulosas, ou caso tenham mais tempo, coisa de que não dispúnhamos muito, aproveitem para dar um salto até à aldeia de Vera Cruz, local onde se encontra uma das caches mais antigas do panorama nacional, a GCKPNA.

3. A ritmo lento tempo ia passando, pelo que nos pusemos de novo a caminho e rumo ao nosso primeiro contacto com o Grande Lago. Terra de enorme tranquilidade, boa comida e com umas paisagens fabulosas, a Amieira era o ponto seguinte do nosso roteiro, um dos melhores locais para apreciar este imenso espelho de água. A melhor zona para esse efeito é a marina, sem sombra de dúvida, mas antes poderá parar noutra cache com uma vista fantástica, a do Miradouro do Monte (GC1FYHP). O desvio é pequeno e a vista compensa.

Localizada perto da aldeia da Amieira, a marina fica localizada numa península e possui um cais ancoradouro, bar esplanada, restaurante panorâmico e disponibiliza diversos serviços náuticos. Local muito calmo e pacífico, muito bom para umas fotografias como para tirar todo o proveito do que esta infra-estrutura oferece. Fomos surpreendidos com a ausência de GeoCache neste local, até porque sabíamos que já tinha existido uma por aqui, e decidimos que o mesmo tinha obrigatoriamente de continuar a ser GeoReferenciado. Predispusemo-nos a colocar uma no mesmo local (GC6VNRX) e qual não foi a nossa surpresa quando descobrimos a cache anterior intacta no seu esconderijo. Foi questão de substituir o logbook por um novo, para que a mesma pudesse renascer para o geocaching e trazer de novo os geocachers a estas bandas.

4. Como o bom GeoCacher é tradicionalmente um bom garfo, passar pelo Alentejo e mais concretamente pela Amieira sem fazer uma pausa no “O Aficionado” é quase um crime. Embora seja grande em tamanho, não se enganem ao pensar que facilmente conseguirão provar a sua comida, porque a sua fama é enorme e num piscar de olhos as mesas estarão a repletas de comensais. A escolha limita-se, á grelhada de carne e ao bacalhau da casa, mas a boa confecção da comida, um atractivo preço do menu, que ronda os 10€, bem como as fartas doses fazem deste um ponto de paragem obrigatório por estas bandas.

5. O Sol já ia bem alto quando saímos, rumo ao Alqueva, o ponto seguinte do nosso trajecto, e não, não estamos a falar da barragem, mas sim da aldeia que lhe deu o nome, uma aldeia pequena e tranquila, mas que merece uma pequena visita. Ainda antes de lá chegarmos, houve tempo para uma visita à maior criação de avestruzes do país (GC1G5DG) e à reposição de mais uma GeoCache que existia por estas bandas e que entretanto foi arquivada. Curiosamente, uma vez mais, a cache estava no lugar, pelo que tão somente lhe substituímos o logbook. Havia no entanto um pensamento que ainda nos assombrava, por não termos conseguido molhar os pés na marina, e não queríamos sair dali sem provar essa sensação. Se bem o pensámos, melhor o fizemos, aproveitando para deixar por ali uma pequena brincadeira a quem venha visitar este lugar, num dos pontos mais bonitos desta aldeia.

6. Visitar o Grande Lago e não conhecer a barragem que faz com que o mesmo exista, seria o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa, pelo que a nossa paragem seguinte foi mesmo esse colosso que fez com que todo este sonho fosse tornado realidade: a Barragem do Alqueva. Um ícone, uma enorme obra de engenharia e um fantástico miradouro. Diz-se por lá que “num dia descoberto se pode avistar o infinito” e isso foi aquilo a que tivemos direito. Uma imensidão de azul que parecia não terminar, a não ser nos pontos em que o o ouro das searas ia delimitando este “mar” imenso. Com umas quantas GeoCaches ao redor que podem ser visitadas, houve uma que sobressaiu e foi paragem obrigatória, a velhinha GCKQ09, que faz referência a esta barragem. Mas como achámos que esta imensidão de azul também merecia uma nova cache, deixámos uma nova brincadeira para futuros visitantes, que alia a visita a este lugar com um pouco de exercício físico, a qual esperamos que seja do vosso gosto.

7. As horas iam passando calmamente e o Sol já há algum tempo que efectuava a sua trajectória descendente, pelo que nos apressámos e seguimos a nossa viagem rumo à Estrela e posteriormente à Luz, a tão famosa nova aldeia que veio substituir a anterior com o mesmo nome, entretanto submersa. Quer uma quer a outra são ótimas opções para uma paragem no caminho, seja para descansar, para apreciar as suas belas vistas, para beber uma geladinha, ou tão somente para interagir com as suas simpáticas gentes. Se a isso juntar um pouco de GeoCaching, tem a combinação perfeita para estes dois pequenos desvios.

As GeoCaches não são muitas por estas bandas, até porque a maioria delas, que pertenciam a um antigo projecto denominado ARA, foi arquivada, mas ainda assim há 3 de referência que devem ser procuradas: na Estrela tem a da aldeia (GC1GEZH) e a da ponta da Estrela (GC3CPYX), sendo que a Luz conta com uma resistente de luxo, a do Penedo Ventoso (GC4HJWJ). Esta última é um pouco fora de mão, mas a vista magnífica compensa o pequeno desvio. Infelizmente o cais da Luz já não conta com nenhuma GeoCache, mas se se quiserem aventurar pelo passadiço, podemos dizer que vale a pena.

8. Foi já no lusco-fusco que visitámos Mourão, pelo que não nos esticámos muito na visita, mas vale sempre a pena uma paragem demorada por estas bandas. Pontos de visita são alguns, mas há dois que se destacam nesta vila e que dispõem de GeoCache para visitar: o castelo (GC2T95C) com a sua peculiar torre assimétrica a ermida de São Sebastião (GC5KRTP) mais um local escondido que ficou parado no tempo. Existe um pequeno percurso pedonal que os une e é um passeio que vale bem a pena.

9. Foi já cobertos pelo manto da noite que chegámos a Monsaraz, um dos principais tesouros deste imenso Alentejo e, porque não dizê-lo, deste nosso bonito país à beira-mar plantado. Pontos de destaque não faltam por cá, e quase todos têm a sua “caixinha” associada para procurar, mas infelizmente para nós tal não foi possível porque os dias no inverno tendem a ser mais curtos e a noite é má companheira, no que a visitas diz respeito. Muito provavelmente no verão a história seria outra, mas hoje não deu para mais, pelo que o apartado de “Monsaraz” terá de ficar pendente para uma futura visita. Hoje limitámo-nos a visitar a GeoCache que está colocada no castelo e que proporciona uma vista excelente sobre o Grande Lago. Noutra noite a visita seria desaconselhada, mas com o luar enorme que espelhava as suas águas, fez com que este fosse um final delicioso. E por falar em delícias, fomos experimentar algumas iguarias regionais num restaurante que é um ponto de referência por estas bandas, o SEM-FIM na Aldeia do Telheiro. Quer a comida (um pouco mais elaborada), quer os preços (um pouco mais elevados), não se comparam com a sugestão dada ao almoço, mas ainda assim pensamos ser uma boa sugestão para um final de dia perfeito. O espaço é muito pitoresco e a decoração rústica dá-lhe um toque muito interessante, que apimenta um pouco mais a experiência gastronómica.

 

Muito há ainda para ver e descobrir mas isso fica para a próxima, agora ficamos apenas pela receita para um dia perfeito pelas terras do Grande Lago, esperamos que a preparem com muito amor e carinho, e que se deliciem com o resultado final. Quase apostamos que se irão deliciar com tudo aquilo que vão ver e experienciar.

BOM PROVEITO!!



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