Desde então, os espaços foram sendo preenchidos e as expetativas foram aumentando. Ao completar a tabela, a vontade de ir até lá extravasou os sentidos e comecei a preparar-me para o desafio. Naturalmente que tinha noção que a cache seria bastante exigente, tanto a nível físico como mental, e que as orientações de segurança da listagem são evidentes em relação à forma como esta cache-experiência deve ser vivida. Ainda assim, decidi passar por lá, sobretudo com o intuito de avaliar o desafio e tentar perceber até onde poderia ir em segurança. Aproveitei também para levar uma corda para as eventualidades e umas luvas para enfrentar os tojos.
Estacionei na estrada que desce a encosta em direção a Tebilhão e segui por caminhos e trilhos perfeitamente acessíveis. Cheguei então a uma zona em que, destrinçando as curvas de nível do terreno, segui em linha reta para a cache. As luvas começaram então a mostrar a sua utilidade pois o terreno é bastante inclinado e a progressão faz-se com apoios sucessivos na vegetação atrevida.
Tudo correu muito bem até cerca de 30 metros da cache, falando em termos verticais. Desconfiava onde estaria a cache mas decidi, e como ainda tinha rede, telefonar ao d3vil para confirmar a localização da mesma pois ali teria que descer necessariamente para o local certo, ou de outra forma os meus problemas cresceriam de forma exponencial. Ao aproximar-me mais ficou evidente onde estaria o contentor mas o último passo tornou-se mais complexo. Ganhei alguns minutos em avaliações e escolhi o acesso de menor exposição. Coloquei contudo lá a corda a fazer segurança, ainda que rudimentar mas que serviu perfeitamente os intentos.
Já no patamar certo, o contentor apareceu de imediato e fiz o registo num grito de contentamento, mesmo junto àquele abismo. Reparei depois que poderia subir na zona da cache, em escalada, e assim fiz. Notei que deveria ter sido por ali que o super666 fez a abordagem. Fui então buscar o material que tinha deixado do outro lado e subi a encosta, aproveitando uma garrafinha de água que tinha enchido no rio. A aventura trouxe à memória algumas incursões solitárias à ribeira da Pena Amarela.
Esta cache fica então a fazer parte da minha lista de locais de grito e deixa ainda a vontade de lá voltar para fazer o percurso da experiência tal como foi idealizada pelos owners. Estarei atento a eventuais programas de descoberta no verão. Muito obrigado pelo extraordinário desafio, pela cache e pela partilha!
Cruz (a Valente ficou de prevenção nos satélites para que nada falhasse)