Aproveitando dois dias de folga e a presença dos elementos femininos em casa de férias, programou-se uma pequena volta que nos ocupasse nestes dois dias de Março. Domingo à noite ainda olhava para os mapas e tentava decidir o percurso, quando olhei para o mapa do Geocaching.com e fiquei certo do percurso. Com previsões de chuva à mistura era mais que certo que teríamos alguma neve na Serra da Estrela, mas mais importante era as miúdas verem nevar. E foi em cheio.
Saída de Coimbra a meio da manhã, era Gouveia o local em que iríamos iniciar esta aventura. Primeira cache escondida num local que nos permitiu estacionar e preparar o almoço descansados.

Almoço feito, louça lavada, primeira cache encontrada, era a Cabeça do Velho o próximo local a visitar. A Daniela era a única que me acompanhava, pois a Ana preferia dormir na cama, fruto do cansaço do acampamento feito no fim de semana e a Isabel às voltas com o frio.

Continuação da viagem e os primeiros vestígios de neve nas Penhas Douradas. Aqui fomos primeiro aquecer na cache do Observatório das Penhas Douradas, antes de tentarmos novamente aquela cache que nos deixou a todos uma enorme insatisfação por não a termos encontrado em 2010. Era a hora da vingança.
E aí estava ela. A cache do Fragão do Corvo. Dona de uma das mais fantásticas paisagens que podemos ter nestas serranias, era hora de finalmente a tentarmos encontrar.

Bem, se não fossem elas, ainda andava a marrar em todas as fendas verticais, mas o olho da Isabel e da Daniela resolveram finalmente a questão. Era agora hora de apreciar a paisagem e depois descer ao Vale do Rossim.
Aqui aconteceu o episódio do dia. Na primeira abordagem a esta cache colocada durante o desenvolvimento de actividades escolares de um estabelecimento de ensino de Seia, percorri primeiro um caminho que me levou a perto de 50m do local, mas as queixas da Daniela em relação ao frio e à neve, aliada à dificuldade de progressão no meio florestal, levou-me a desistir.
No regresso á zona do Vale do Rossim ia no entanto com um olho na estrada e com outro no GPS. Quando a distancia chegou aos 300m, perto do Parque de campismo, parei a autocaravana, atirei um “esperem aqui que eu já venho” e embrenhei-me por aquelas giestas todas que passado pouco tempo me fizeram meditar e pensar que mais valia terem-me dado com um gato morto na cara do que ter-me enfiado naquilo. Giestas com mais de 2 metros, água a passar por debaixo dos pés tapada pela neve, dificultaram e de que maneira a progressão.
Desistir? Para onde? A situação estava complicada e pensei que decerto numa cache colocada por alunos de uma escola, existiria de certeza um caminho mais fácil para chegar novamente à estrada e por isso, mais valia ir olhando para o ecrã do GPS e continuar.
Depois de encontrada, fica aquela sensação que o melhor é tomar nota dos locais onde aconselham estacionar. É!! Fica para a próxima, que esta deixou-me cansado, sujo, molhado e contente.

No regresso, a filha comentava que tinha demorado muito. A partir daqui era a descida para Manteigas. A Ana finalmente disposta a entrar no jogo e dado que o local escolhido para a dormida era Manteigas, decidimos procurar uma que possibilitasse estarmos estacionados por algum tempo. Assim a cache colocada na Capela de Nossa Senhora de Lurdes foi a escolhida.
E que cache, pois obrigou a puxar pelos neurónios de todos. Normalmente avanço primeiro com a Daniela. Quando a situação fica demorada aparece a Isabel e quando começamos os três a olhar uns para os outros a dizer que esta é dificil, aparece a Ana certa que é ela que a vai encontrar. E esta deu luta, mas o olho treinado deu para desconfiar e acertar com a localização desta cache.

Depois foi hora de estacionar em Manteigas, jantar, conversar e comer umas amêndoas e depois cama quando acabou o filme “Igor o mal disposto”.
Fonte: Artigo do blog scirpaceus. Mais textos e fotos em http://scirpaceus.wordpress.com/